As tarifas não atingem apenas os Estados Unidos, mas refletem diretamente sobre importantes fornecedores como Brasil, Canadá, México, Coreia do Sul e Vietnã. Somente no Brasil, as exportações desse metal para o mercado americano em 2024 foram expressivas, atingindo 4,08 milhões de toneladas, o que representa 15,5% do total importado pelos EUA, totalizando cerca de US$ 2,99 bilhões. Essa realidade impõe um risco considerável ao setor brasileiro, conforme declarado por Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), que destacou a importância de uma abordagem diplomática para a sustentabilidade dos negócios no longo prazo, mesmo que a maior parte do aço brasileiro tenha como destino a Ásia.
Empresas asiáticas reagiram rapidamente ao anúncio das novas taxas. O Ministério da Indústria da Coreia do Sul convocou uma reunião de emergência para discutir estratégias que possam minimizar o impacto. A Hyundai Steel, uma das grandes fornecedoras do setor, expressou preocupações de que as tarifas poderiam elevar os preços de exportação em até 70%, obrigando a empresa a considerar a possibilidade de abrir uma nova fábrica nos Estados Unidos para evitar perdas.
Além disso, analistas do mercado preveem que a demanda por aço nos EUA vai diminuir devido aos preços mais altos, afetando diretamente setores como o de automóveis e eletrodomésticos. Há uma expectativa de que o aço originalmente destinado ao mercado americano seja redirecionado para outros mercados, mudando o padrão do comércio global do metal.
Enquanto isso, algumas empresas buscam isenções das novas tarifas, e a BlueScope Steel da Austrália viu suas ações subirem, impulsionadas pela expectativa de ganhos com o mercado americano. Com um cenário tão volátil, o desfecho das medidas de Trump poderá moldar o futuro das indústrias de metalurgia não apenas nos EUA, mas nas principais economias exportadoras e na dinâmica comercial global.