Trump, cuja retórica sempre foi polarizadora, enfatizou que essa expectativa deve ser levada a sério, advertindo que a omissão poderia levar a uma ruptura irreversível entre os EUA e a aliança. Durante a coletiva, ele afirmou categoricamente: “A OTAN não será capaz de alcançar cinco por cento, e eu sei disso.” Essa afirmativa deixa no ar o questionamento sobre a viabilidade da OTAN, que até agora tem sido uma pedra angular da segurança coletiva no Ocidente.
A reação da França, através do Ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, foi de descontentamento, referindo-se às exigências de Trump como um “chute no traseiro” para os líderes europeus. Este tipo de retórica, que evidencia a frustração com a postura americana, sugere que a proposta de Trump está longe de ser bem recebida entre os aliados históricos dos EUA, que podem ver a exigência como um desdém pelas realidades econômicas e políticas de seus respectivos países.
Além disso, analistas especializados, como o ex-oficial de inteligência Scott Ritter, alertam que essa situação indica uma transição importante na política internacional, sinalizando uma perda de relevância da parceria transatlântica. Com uma relação que perdura por mais de sete décadas, a OTAN pode estar à beira de um novo capítulo — ou até mesmo de sua desintegração — caso não haja um consenso sobre o aumento dos gastos.
Em síntese, essa situação evidencia a crescente tensão entre os Estados Unidos e seus aliados europeus a respeito das obrigações de defesa. A exigência de Trump, combinada com a resposta hesitante da Europa, poderá remodelar a dinâmica da segurança no continente e impactar a percepção global da OTAN. A vigilância quanto a esses desdobramentos é crucial, uma vez que a aliança está em um momento decisivo que pode levar a uma reavaliação de sua existência e efetividade no contexto geopolítico contemporâneo.