O governo australiano pretende aumentar seu investimento em defesa, alocando cerca de 55,7 bilhões de dólares australianos até 2025, o que representa 2,02% do PIB do país. Essa movimentação financeira é vista como uma resposta aos desafios impostos pela presença militar chinesa e ao crescente poderio em sua esfera de influência. Durante sua campanha, Trump enfatizou a necessidade de uma postura mais assertiva contra a China, sugerindo que, caso retorne à presidência, poderá fazer modificações significativas na abordagem dos Estados Unidos no âmbito do AUKUS.
Contudo, a administração Trump poderá também afastar-se de alguns avanços realizados no que tange a questões ambientais, que haviam sido priorizadas durante a presidência de Joe Biden. Essa possibilidade preocupa aliados, evidenciando uma potencial reviravolta nas políticas que moldaram as relações EUA-Austrália no último ciclo governamental.
Pequim, por sua vez, não tem poupado críticas à criação do AUKUS, considerando-a uma fonte de perturbação na ordem geopolítica atual. A chancelaria chinesa argumenta que o alinhamento militar entre esses países na região é um retrocesso em relação às tendências de cooperação e paz. Além disso, a Rússia, através de seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, tem manifestado a intenção de garantir que as atividades da AUKUS sejam rigorosamente monitoradas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), reiterando as preocupações sobre a possível militarização da região.
A incerteza sobre o futuro das relações internacionais e as dinâmicas de poder na Ásia-Pacífico pode ser um dos legados mais significativos da nova fase política americana, com repercussões que transcendem fronteiras e impactam diretamente a segurança global.