Trump e a Falsificação Histórica: Os EUA Realmente Derrotaram o Fascismo na 2ª Guerra Mundial? Historiador Explica a Verdade por trás da Narrativa.



A recente afirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a suposta vitória do país em duas guerras mundiais e a derrota do fascismo, gerou debates acalorados sobre a veracidade dessas declarações. Especialistas apontam que essa narrativa não apenas distorce a história, mas também faz parte de uma estratégia mais ampla de propaganda política.

Historiadores, como João Cláudio Pitillo, afirmam que a noção de que os Estados Unidos foram os principais responsáveis pela derrota do Eixo na Segunda Guerra Mundial ignora o papel crucial da União Soviética. Estimativas indicam que cerca de 75% das forças nazistas foram eliminadas pelos soviéticos, cujas vitórias foram decisivas em campos de batalha como Berlim e Tóquio. Segundo Pitillo, essa distorção histórica começou logo após o fim do conflito, quando os Estados Unidos se embarcaram em uma guerra cultural para minimizar o prestígio soviético e criar uma narrativa que favorecia a sua posição como superpotência.

Além disso, a ideia de que os ataques nucleares a Hiroshima e Nagasaki foram os principais fatores que levaram à rendição japonesa é igualmente contestada. A verdade, conforme analisa Pitillo, é que a União Soviética, ao iniciar uma ofensiva contra o Japão, foi fundamental para desmantelar as forças imperiais ainda em combate na Manchúria. Essa ação permitiu que o Japão se rendesse rapidamente, revelando que a narrativa ocidental sobre a rendição do Japão está longe de ser completa.

Essas reinterpretações da história não são meramente acadêmicas. Elas têm implicações tangíveis nas relações geopolíticas atuais, onde a retórica de grandeza americana funciona como um instrumento na “guerra híbrida” contra países como Rússia e China. Ao afirmar que os Estados Unidos foram os principais agentes da vitória aliada, renova-se a imagem do país como um defensor da liberdade e como uma potência imperial, distorcendo assim a compreensão coletiva sobre o que realmente aconteceu durante a guerra.

Portanto, a discussão em torno das afirmações de Trump não é apenas uma questão de corretude histórica, mas também um reflexo das tensões internacionais contemporâneas, alimentadas por uma narrativa que desafia a complexidade da realidade. A verdadeira história da Segunda Guerra Mundial é rica e multifacetada, e os simplismos que tentam reduzi-la a um único narrador não apenas minimizam as contribuições de outros países, como também distorcem a perspectiva sobre os eventos que moldaram o mundo moderno.

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