Trump se mostrou claramente insatisfeito com as tarifas cobradas pelo Panamá, que ele rotulou de “ridículas”, e afirmou que a situação configura um “roubo” que precisa ser resolvido. A insistência do ex-presidente em retomar o canal reflete um profundo descontentamento com a forma como a infraestrutura tem sido administrada desde que o controle foi transferido ao Panamá em 2000, após décadas de domínio dos EUA.
O Canal do Panamá, que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, é uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo. Desde a neutralização do canal em 1977, formalizada por tratados entre o então presidente dos EUA, Jimmy Carter, e o líder panamenho Omar Torrijos, o local garantiu passagem livre a embarcações de diversas nações, mesmo em tempos de conflito.
Além de criticar as tarifas panamenhas, Trump expressou preocupação com a presença da China na região, alegando que o uso do canal por embarcações chinesas vai em desacordo com os termos estabelecidos durante a transferência de poder sobre a infraestrutura. Esse alerta sobre o papel da China sugere uma visão mais ampla de Trump sobre a geopolítica na América Central e do Sul, onde já manifestou intenções de expandir a influência dos EUA, até mesmo sugerindo que países como Canadá e México poderiam ser integrados aos Estados Unidos.
As declarações de Trump levantam questões sobre possíveis tensões entre os EUA e o Panamá, bem como implicações nas relações com outros países da América Latina. A disposição de Trump para reavaliar acordos históricos reforça a imagem de sua administração de priorizar os interesses americanos em detrimento de compromissos internacionais e pode sinalizar um retorno a políticas mais agressivas em questões territoriais e comerciais sob sua liderança.