Trump, no início de janeiro, revigorou sua antiga proposta de adquirir a Groenlândia, argumentando que tal ato visaria conter a influência crescente da China e da Rússia na região. A ideia de anexar a ilha, que possui autonomia sob a Dinamarca, não é nova. Durante seu primeiro mandato presidencial em 2019, ele havia manifestado interesse semelhante, sendo prontamente rejeitado pelas autoridades da Dinamarca e da Groenlândia, que consideraram a sugestão não séria. Em sua mais recente série de comentários, Trump também se referiu à necessidade de “ocupar” o canal do Panamá, evocando a ideia de que os Estados Unidos deveriam recuperar o controle desse ponto estratégico, que foi administrado por eles até 1999.
Essas manifestações de Trump não passaram despercebidas e levantaram preocupações sobre a instabilidade que isso poderia causar nas relações internacionais. O consenso entre analistas aponta que, mesmo que Trump nunca concretize suas ameaças, suas declarações já prejudicaram a posição global dos Estados Unidos e o sistema de alianças que o país manteve ao longo das últimas décadas. Essa situação abre espaço para que nações como a China e a Rússia protejam seus próprios interesses, especialmente em contextos como a crise na Ucrânia e a situação de Taiwan.
Além das provocações sobre a Groenlândia, o ex-presidente também tem apoiado iniciativas para que o Canadá se torne o 51º estado norte-americano, um movimento que intensificaria ainda mais a polarização na América do Norte. Tais declarações não só provocam reações nos países mencionados, mas também levantam questões sobre a legitimação de ações unilaterais por parte dos Estados Unidos em um mundo cada vez mais multipolar, onde as dinâmicas de poder estão em constante transformação. O cenário permanece incerto, com consequências que podem reverberar por anos no contexto geopolítico global.