O presidente Gabriel Boric expressou sua consternação com o ocorrido, anunciando o ataque em suas redes sociais e viajando imediatamente para a região com uma grande comitiva de autoridades. O ataque aconteceu exatamente no dia em que o Chile comemorava o aniversário da instituição policial, tornando a tragédia ainda mais impactante.
A região onde os corpos foram encontrados já estava sob proteção militar devido aos recorrentes incêndios criminosos que têm assolado a área, geralmente atribuídos a grupos radicais mapuches. O maior grupo étnico chileno, os mapuches têm exigido a restituição de terras ancestrais, o que tem gerado conflitos constantes na região.
O líder da Coordenação Arauco-Malleco (CAM), Héctor Llaitul, um dos responsáveis pelos ataques incendiários na região, foi recentemente declarado culpado de diversos crimes, podendo enfrentar uma pena de até 25 anos de prisão. A ministra do Interior e Segurança, Carolina Toá, ressaltou a crueldade do ataque, revelando que os corpos dos policiais foram encontrados carbonizados pelos bombeiros que atenderam a ocorrência.
O presidente dos Carabineiros, Ricardo Yañez, também se pronunciou sobre o acontecimento, destacando a falta de registro na história da instituição de uma tragédia tão grande no dia do aniversário da corporação. Os eventos de comemoração foram cancelados em respeito aos policiais falecidos, enquanto o país foi declarado em luto oficial por três dias.
Boric enfatizou que não haverá impunidade para os responsáveis pelo terrível crime e classificou os autores como “terroristas”. Em um gesto de união institucional, lideranças do Exército, Aeronáutica e Marinha, bem como parlamentares e representantes da Suprema Corte, acompanharam o presidente em sua visita à região afetada.
O presidente já havia decretado a militarização da província de Arauco há cerca de dois anos, juntamente com outras cidades da região vizinha de Araucanía, como forma de conter os ataques incendiários e desmantelar grupos criminosos envolvidos no roubo de madeira. A tensão entre as comunidades mapuches e as autoridades chilenas persiste, com a busca por uma solução pacífica para os conflitos ainda em andamento. A nação chilena se mantém em luto diante dessa tragédia que abalou a todos.