O processo de mudança é meticuloso, com a igreja sendo deslocada a uma velocidade de meio quilômetro por hora, utilizando uma plataforma móvel especialmente projetada. A transferência, que deve durar dois dias, é acompanhada de perto pela população local, que se mobiliza em grande número para testemunhar este evento histórico. Estima-se que mais de 10 mil pessoas se reúnam nas ruas da cidade de 18 mil habitantes, ansiosas para ver a famosa igreja, que pesa impressionantes 672 toneladas e é adornada com obras de arte notáveis.
O bispo Asa Nystrom e a vigária Lena Tjärnberg abençoaram a transferência, um ritual que sublinha a importância cultural e espiritual da igreja para a comunidade local. A operação logística, que envolveu um comboio de 1.200 toneladas composto por 220 rodas, enfrentou desafios significativos, incluindo a necessidade de contornar curvas e descer uma ligeira ladeira para chegar à estrada principal. Para facilitar o deslocamento, o terreno ao redor da igreja foi escavado e vigas amarelas foram instaladas para suportar a estrutura durante o levantamento.
A realocação de Kiruna é um projeto que se arrasta há quase duas décadas, sendo parte de um esforço necessário para mitigar os riscos potencialmente catastróficos decorrentes das escavações na mina que vulnerabilizaram o solo da cidade. O novo centro de Kiruna foi oficialmente inaugurado em setembro de 2022, um marco que simboliza a resiliência da comunidade diante das mudanças.
O custo estimado da realocação da igreja gira em torno de 500 milhões de coroas suecas, ou cerca de 52 milhões de dólares, sendo totalmente financiado pela LKAB. Projetada pelo arquiteto Gustaf Wickman, a igreja é uma fusão de estilos arquitetônicos, incorporando influências do povo indígena Sami nos bancos e elementos neogóticos no exterior. Dentro, o espaço é decorado com toques do Romantismo Nacional e um impressionante retábulo Art Nouveau, tornando a experiência não apenas uma mudança física, mas uma jornada pela história e cultura locais. A LKAB descreveu essa realocação como um evento singular na história, refletindo a interseção entre desenvolvimento industrial e preservação cultural.