Tranças Nagô Resultam em Demissão de Vendedora em Maceió: “É uma Questão de Ancestralidade”, Afirma Gabriela Barros.



Gabriela Barros, uma jovem vendedora de 23 anos, se tornou o centro de uma polêmica após ser demitida de sua posição em uma empresa de consórcios e cartas de crédito no centro de Maceió. O motivo da demissão? O uso de tranças nagô, um penteado que carrega significados profundos e é fortemente associado à cultura afro-brasileira. A situação ocorreu no início de março, quando, ao chegar ao trabalho com seu novo visual, Gabriela foi abordada pela gestora, que declarou que aquele tipo de cabelo não era aceitável no ambiente corporativo.

Gabriela, buscando adaptação, decidiu retirar as tranças, mas, mesmo após ter substituído o visual por um estilo considerado “mais comum”, foi novamente advertida. A gestora argumentou que o penteado remetia a um “perfil de loja hippie”, que não estaria alinhado à imagem da empresa. Apesar da pressão, Gabriela optou por manter as tranças e, no dia seguinte, ao se apresentar para o trabalho, não apenas se deparou com a demissão, mas também foi dispensada na presença de toda a equipe. A situação foi gravada em áudio por Gabriela, onde se escutam ameaças de que, caso retornasse com o penteado, seria enviada de volta para casa.

A jovem descreveu a negativa em relação ao seu cabelo como uma questão puramente estética, que não deveria ter repercussão em sua capacidade de atendimento ao cliente. Em suas palavras, “é um cabelo. Não vai interferir na questão do atendimento. Não é só estética, é também uma questão de ancestralidade”. Essa afirmação destaca a relevância cultural e histórica que o penteado representa para muitos, especialmente no contexto de valorização da identidade afro-brasileira.

Com apoio de seu advogado, Pedro Gomes, Gabriela planeja buscar reparação por meio da Justiça, solicitando uma indenização por danos morais. Este caso reacende debates sobre a discriminação racial e estética no ambiente de trabalho, levantando questões fundamentais sobre a aceitação da diversidade e o respeito às manifestações culturais dentro das empresas. O desfecho deste caso poderá ter implicações significativas para a discussão sobre igualdade e direitos no mercado de trabalho brasileiro.

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