Após o crime, Arnon foi imediatamente preso e passou quase sete meses detido em instalações militares em Brasília. Durante esse período, recebeu visitas de apoiadores de Alagoas e teve notas de solidariedade publicadas em jornais, retratando-o como vítima das constantes ameaças de Péricles.
A defesa de Arnon argumentou que os tiros foram um ato de legítima defesa, justificando que ele se sentia perseguido e ameaçado pelo senador adversário. Alegaram que Péricles utilizava a imprensa local e discursos no Senado para difamá-lo, criando um ambiente hostil. Os advogados ressaltaram que qualquer pessoa agiria da mesma forma em uma situação semelhante.
Apesar das acusações iniciais, Arnon conseguiu evitar o julgamento pelo Tribunal do Júri após recursos de seus advogados. Em junho de 1964, foi absolvido por unanimidade pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que considerou o ato como legítima defesa, não um crime doloso contra a vida.
Após sua absolvição, Arnon de Mello retornou ao Senado e concluiu seu mandato, resistindo a um processo de cassação que foi rejeitado pela maioria dos senadores. A rivalidade política entre ele e Silvestre Péricles começou em 1950, culminando no trágico episódio de 1963, que se tornou um marco na história política do Brasil, evidenciando a influência do poder e das disputas pessoais no cenário nacional.
O caso de Arnon de Mello, documentado no processo número 967 que conta com 776 páginas, permanece como um legado polêmico da política brasileira, destacando os desafios de um sistema político marcado por rivalidades intensas e conflitos pessoais.