Tragédia climática no RS expõe vulnerabilidade da infraestrutura e desafia contratos de concessão em todo o país.


As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul causaram danos em diversas infraestruturas, como aeroportos, estradas, ferrovias, redes de energia elétrica e transportes públicos. Os prejuízos ainda estão sendo contabilizados, mas o episódio ressaltou a importância de mapear os riscos de eventos climáticos extremos para a infraestrutura, visando investir mais em prevenção e estabelecer uma engenharia financeira capaz de garantir recursos para reconstruções.

Executivos do setor de infraestrutura apontam que esse processo já está em andamento, porém muitas concessões ainda possuem contratos que não contemplam os riscos climáticos, o que tem gerado ações em busca de reequilíbrios financeiros nos acordos. A falta de definições claras sobre o que seria considerado imprevisível ou extraordinário em eventos climáticos tem levado a discussões sobre a responsabilidade dos prejuízos, muitas vezes revertendo para os cofres públicos.

Os contratos de infraestrutura concedidos à iniciativa privada geralmente estabelecem que eventos imprevisíveis devem ser arcados pelo poder público. No entanto, a falta de especificações sobre os riscos climáticos tem aberto espaço para debates e revisões contratuais. A necessidade de parâmetros mais detalhados para calcular o impacto econômico dos riscos torna-se evidente, visando adaptar as premissas financeiras dos contratos.

A questão dos seguros de infraestrutura também é um tema em pauta. Muitas obras possuem riscos não devidamente mensurados, o que dificulta a obtenção de cobertura de seguros e resseguros. A falta de mapeamentos precisos e avaliações detalhadas dos riscos tem sido um obstáculo para a contratação de seguros, o que acaba afastando investidores em potenciais leilões e projetos.

O episódio das chuvas no Rio Grande do Sul coloca em evidência a necessidade de repensar e reorganizar os contratos de infraestrutura, visando uma melhor gestão dos riscos climáticos e uma maior resiliência das infraestruturas. A experiência internacional mostra que é possível aprender com eventos extremos e melhorar a qualidade dos contratos para enfrentar desafios futuros. O momento é de reavaliação e adaptação para garantir a sustentabilidade e segurança das infraestruturas no país.

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