Trabalhadores protestam na Avenida Paulista contra a escala 6×1 e pedem redução da jornada para 4×3, destacando necessidade de reformas trabalhistas urgentes.

Na última sexta-feira (15), a Avenida Paulista, um dos principais corredores culturais e financeiros de São Paulo, foi palco de uma manifestação significativa que reuniu trabalhadores e movimentos sociais. O ato teve como foco central a contestação à escalas de trabalho exaustivas, especificamente o regime 6×1, que obriga os trabalhadores a atuarem por seis dias seguidos, seguidos de apenas um dia de descanso.

Com cartazes, faixas e vibrantes discursos, os manifestantes também defenderam uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa a redução da jornada de trabalho. A proposta, apoiada pela deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), sugere uma transição para um novo modelo 4×3, onde os trabalhadores teriam três dias de descanso após três dias de trabalho. Com o apoio de 206 parlamentares, a PEC agora aguarda avaliação pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Douglas Batista, economista que esteve presente no protesto, expressou sua indignação pelas condições de trabalho que muitos enfrentam, sublinhando a urgência de mudanças estruturais no sistema de trabalho brasileiro. Ele declarou: “Acho que teremos alguns ganhos, mas serão muito abaixo do que merecemos. Ganhos reais, só com mudanças profundas.” Sua fala ressoou com os manifestantes, que percebiam a necessidade de não só melhorias pontuais, mas uma transformação abrangente no contexto laboral.

Outro participante do ato, o criador de conteúdo digital Lucas Pierre Paiva, demonstrou solidariedade com os trabalhadores afetados pela escala 6×1. “Eu não sofro com a escala 6×1, mas vejo pessoas que sofrem, e isso não é humano. Essa luta vai além de ideologias, é coletiva e necessária”, afirmou Paiva, ressaltando que a proteção dos direitos dos trabalhadores deve ser uma preocupação de todos.

Com a proposta agora em trâmite legislativo, seu futuro segue incerto. Se aprovada pela Câmara, ela será encaminhada ao Senado, onde passará por mais análises antes de uma possível promulgação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ato na Paulista não apenas manifestou a insatisfação com a atual estrutura de trabalho, mas também uniu vozes em torno de uma causa que busca dignidade e melhores condições de vida para todos os trabalhadores brasileiros. A batalha por um trabalho mais justo e humano segue aberta, e a mobilização da sociedade continua sendo um pilar fundamental dessa luta.

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