Participaram do ato cerca de 800 trabalhadores da Usina Santa Maria. Eles temem que usina volte para cooperativa e ocorra atraso nos salários
Trabalhadores da Usina Santa Maria, em Porto Calvo, realizaram um protesto nesta quinta-feira (17), em frente ao Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT-AL).
Eles eram contra uma decisão da corte que tirava o controle da usina de um administrador e devolvia à Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado de Alagoas o que, segundo eles, representaria novos atrasos de salários e o não pagamento de direitos trabalhistas.
De acordo com o secretário de assalariados rurais da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado de Alagoas (Fetag-AL), Cícero Domingos de Oliveira, a cooperativa havia assumido o controle da usina há 3 anos, e nesse período, não honrou o pagamento dos trabalhadores.
“O débito já vinha de antes, dos usineiros, mas piorou depois que a cooperativa assumiu o controle da usina. O movimento sindical entrou na Justiça para ver o que poderia ser feito, e o juiz do Trabalho,Roberto Gouveia, da Vara Única de Porto Calvo, decidiu que o que a usina moesse não iria para a cooperativa, mas sim para pagar os trabalhadores. Um administrador foi nomeado para cuidar disso”, explica Oliveira.
Ainda segundo Oliveira, essa decisão foi tomada há dois meses, e nesse período, os pagamentos estavam sendo realizados normalmente. No entanto, a cooperativa entrou com uma ação para reaver o controle da usina, e uma liminar favorável foi concedida pela desembargadora Vanda Lustosa. A Fetag e outros representantes da categoria recorreram da decisão.
Cerca de 800 trabalhadores foram até a porta do TRT para pressionar a revogação da liminar. De acordo com o advogado Marcos Inácio, uma nova decisão garante o cumprimento da liminar, mas com punições caso a cooperativa não cumpra o pagamento dos funcionários e fornecedores.
“A cooperativa vai ter o poder de comercializar o que for produzido na usina, mas vai ter também que apresentar planilhas de vendas e lucros, para honrar os pagamentos aos funcionários. Eles têm 10 dias para cumprir essa decisão. Caso não cumpram, o controle da usina volta para o administrador”, explica Inácio.
g1
17/11/2016