TJ-SP extingue penas de policiais condenados pelo massacre do Carandiru após decisão sobre indulto presidencial em 2022. Ministério Público pode recorrer.



Os policiais condenados pelo massacre do Carandiru tiveram suas penas declaradas extintas pela 4.ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A decisão se deu após o Órgão Especial do TJ, composto por 25 desembargadores, incluindo os mais antigos do tribunal, considerar constitucional o indulto concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro aos policiais em 2022. O julgamento que concluiu a extinção das penas ocorreu em agosto.

A decisão da 4.ª Câmara de Direito Criminal era aguardada, pois o Órgão Especial vincula as decisões desse setor. Com a validade do decreto de indulto, os desembargadores optaram por aplicá-lo, seguindo a orientação do tribunal. O relator do caso, desembargador Roberto Porto, justificou a concessão do indulto com base na constitucionalidade do texto e no cumprimento das condições impostas pelo Decreto Presidencial.

Apesar da extinção das penas, o Ministério Público de São Paulo ainda pode recorrer da decisão. O massacre do Carandiru completou 32 anos em outubro e envolveu 74 policiais militares condenados por participação na morte de 111 presos durante uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo, em 1992. Os PMs condenados ainda não iniciaram o cumprimento de suas penas.

O processo envolvendo o massacre do Carandiru tem sido marcado por adiamentos e reviravoltas na Justiça. Após uma década travado, o caso chegou a júri popular em 2013 e 2014, resultando em condenações para os policiais. No entanto, eles aguardaram em liberdade o desfecho do processo devido a autorização concedida.

Após idas e vindas na Justiça, as condenações dos PMs se tornaram definitivas, não cabendo mais absolvição. Agora, a discussão se concentra na validade do perdão concedido e na dosimetria das penas, que chegam a 624 anos de prisão, consideradas excessivas pela defesa dos policiais.

A decisão da 4.ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP em declarar a extinção das penas dos policiais condenados pelo massacre do Carandiru reflete os debates e desafios enfrentados ao longo dos anos no desfecho desse caso emblemático da história da justiça brasileira.

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