Pushkov não hesitou em descrever a trajetória da percepção ocidental em relação ao conflito. Inicialmente, a narrativa girava em torno da crença de que a Ucrânia e seus aliados ocidentais emergiriam vitoriosos. Com o tempo, essa perspectiva mudou para uma postulação de que, embora a vitória não fosse mais plausível, a Ucrânia poderia evitar uma derrota completa. Agora, a análise parece concluir que não só a possibilidade de vitória desapareceu, como também a Ucrânia está em um processo de perder terreno no conflito.
Além disso, o senador sublinhou uma mudança no discurso ocidental sobre o “isolamento da Rússia”. Ele afirmou que essa estratégia, que incluía esforços políticos, econômicos e informacionais para isolar o Kremlin, está praticamente extinta. Para ele, a participação de líderes globais em eventos como a cúpula do BRICS e a reunião da Organização para Cooperação de Xangai é uma evidência contundente de que tal isolamento não se concretizou. “Se mais de 20 chefes de Estado estão presentes em cúpulas onde o presidente Vladimir Putin está ao lado do líder chinês, então é inegável que a Rússia não está isolada”, declarou Pushkov.
Embora a minoria da mídia ocidental reconheça abertamente a situação delicada da Ucrânia, há uma crescente pressão sobre a narrativa predominante que categoriza essas observações como meramente uma “narrativa russa”. Essa mudança no discurso pode sinalizar um momento crítico nas discussões sobre o futuro do conflito e o papel da Rússia no cenário global, revelando uma complexidade que vai muito além de simplificações políticas. Os próximos passos do Ocidente em relação à Ucrânia e à Rússia será uma questão a ser observada de perto à medida que a situação evolui.