Tite e o papel de balancear as emoções dos jogadores da seleção

Desta vez não teve cartão por reclamação, embates com a arbitragem ou cai-cai deliberado. Muito menos choro ao término da partida. A seleção brasileira mostrou contra a Sérvia, em Moscou, no confronto que selou a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo, o melhor desempenho da primeira fase no quesito psicológico.

Na delegação atual, o controle mental faz parte das atribuições de Tite. Nitidamente, a postura recente do treinador foi no sentido de deixar o ambiente mais leve. Não só entre os jogadores, mas também no contato com a imprensa. E o próprio treinador admitiu isso.

Na coletiva após a vitória por 2 a 0, Tite ressaltou a demanda por um jogo de cintura para fazer a leitura correta da fogueira que é a seleção: às vezes é preciso aumentar, mas em outros momentos é preciso resfriar, atesta o Extra.

– A gente trabalha um pouquinho com o fiel da balança. Copa do Mundo são relações humanas, e eu tenho que sentir como se estabelecem o vestiário, os atletas, a alegria, o orgulho. Se está pilhado, joga para menos. Se está pouco, jogo para mais. O estágio evolutivo da equipe… Tem mais a crescer. Está dentro do que buscamos, vem crescendo, mas a busca é padrão igual para melhor – comentou o treinador.

No treino de terça-feira, véspera do decisivo confronto com os sérvios, o clima entre os jogadores já estava mais leve: brincadeiras e caretas nos 15 minutos abertos à imprensa. Quando a bola rolou, viu-se um Brasil focado, controlando o jogo e que não se desesperou mesmo quando foi pressionado em maior escala, no início do segundo tempo.

As amostras individuais de serenidade também servem como extrato da estratégia de equilibrar a mente. Neymar não tomou cartão e não reclamou de forma excessiva da arbitragem. Buscou menos o enfrentamento e apostou mais na verticalização das jogadas.

A manutenção da postura do time será ainda mais fundamental daqui em diante na Copa do Mundo. Afinal, o mata-mata já começa na segunda-feira, em Samara, contra o México:

– Se puder resumir, a margem de erro diminui muito. O nível de concentração é altíssimo, não pode diminuir – pontuou o técnico.

28/06/2018

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo