Terremoto no Haiti: a difícil reconstrução de um país devastado e as histórias de sobrevivência e superação de seus habitantes.



Em uma terça-feira, o músico haitiano Robert Montinard estava em casa, em Porto Príncipe, com sua família e seu melhor amigo, também músico. Em questão de segundos, tudo mudou. Um terremoto de magnitude 7,3 na escala Richter atingiu o Haiti em 12 de janeiro de 2010, deixando milhares de mortos e devastando a capital do país.

Montinard, que na época trabalhava para a ONU e não pensava em deixar seu país, viu-se obrigado a partir para o Brasil. Ele descreve o caos e a destruição que viu ao sair dos escombros de sua casa. Um de seus filhos ficou preso e seu amigo músico faleceu no desastre.

Passando dois dias em condições precárias, Montinard foi resgatado e levado para a Ilha de Guadalupe. O impacto psicológico do terremoto foi intenso, mas a notícia de que seu filho havia sido resgatado com vida trouxe certo alívio.

De volta ao Haiti, Montinard enfrentou não apenas a devastação provocada pelo terremoto, mas também a propagação da cólera. Com a reconstrução do país lenta e precária, ele se viu forçado a deixar sua terra natal para proteger sua família.

Desembarcando no Rio de Janeiro em dezembro de 2010, Montinard não pretendia se estabelecer no Brasil, mas acabou escolhendo o país como sua nova morada. Sem apoio institucional, ele enfrentou dificuldades para regularizar sua situação e obter emprego. A falta de reconhecimento de suas competências o fez lutar por cinco anos até conseguir seus direitos legais.

Diante das dificuldades enfrentadas por imigrantes haitianos no Brasil, Montinard fundou a Fundação Mawon, que busca promover direitos e auxiliar na integração dessas pessoas na sociedade. Atualmente, ele atua como ativista social, buscando dar voz e apoio aos imigrantes e refugiados.

A situação do Haiti após o terremoto de 2010 é complexa, com fatores históricos, políticos e econômicos contribuindo para a dificuldade de reconstrução do país. A instabilidade política e a carga de dívidas históricas são apenas alguns dos desafios enfrentados pela nação caribenha.

As relações entre Brasil e Haiti também são discutidas, especialmente a missão de paz liderada pelo Brasil no país caribenho. A importação clandestina de armas e a violência política complicaram a situação, levando a reflexões sobre o engajamento do Brasil em questões complexas como a reconstrução do Haiti.

Em meio a desafios e superações, Robert Montinard se destaca como exemplo de resiliência e luta por direitos e integração. Sua história reforça a importância do apoio e da solidariedade na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

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