Por volta das 15h30, a sessão contava com a presença de 300 parlamentares, superando o quórum necessário de 257 para iniciar as votações. Após a estratégia de obstrução falhar, líderes da oposição comunicaram que desistiram de impedir os trabalhos no plenário.
A tentativa de obstrução causou descontentamento na Casa, uma vez que as propostas agendadas para a semana eram consideradas consensuais e de interesse da bancada feminina. O presidente da Câmara, Hugo Motta, que estava em viagem ao Japão com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deixou os deputados sem pautas polêmicas que poderiam gerar atritos entre oposição e governo.
Na semana anterior, a oposição já havia ameaçado entrar em uma espécie de “greve” para marcar posição e exigir respostas sobre o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro e na suposta trama golpista. A possibilidade de obstrução gerou debates acalorados no plenário, com a deputada Maria do Rosário manifestando preocupação com a potencial paralisação da votação de projetos voltados para as mulheres.
Nos bastidores, lideranças da oposição sinalizaram que uma nova tentativa de obstrução poderá ocorrer no dia seguinte, quando o STF preve finalizar o julgamento que decidirá se Jair Bolsonaro e outros sete aliados se tornarão réus por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Corte irá deliberar sobre a aceitação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente e seus correligionários.