A declaração, que eleva a tensão entre os países, ocorre em meio à expansão das operações do Exército de Israel no Sul da Faixa de Gaza após a trégua de uma semana, apesar da crescente pressão internacional para proteger a população civil no enclave palestino.
A situação se intensificou após gravações do chefe da Agência de Segurança israelense, o Shin Bet, indicarem a intenção de matar líderes do grupo fundamentalista islâmico em todo o mundo, citando a Turquia nominalmente pela primeira vez desde o início do conflito. O chefe da agência israelense, Ronen Bar, afirmou que a operação para capturar ou matar membros do Hamas se estenderá por diversos países, incluindo a Turquia.
As tensões entre Israel e o Hamas vêm se intensificando, com autoridades do exército israelense reiterando a intenção de executar ou capturar líderes do grupo palestino, tanto dentro como fora de Gaza. O país defende uma solução de dois Estados para o conflito de décadas e condena a campanha israelense em resposta aos ataques do Hamas, que resultaram em mais de 15.500 mortes, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, tem sido um crítico contundente das ações de Israel, chamando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de “açougueiro de Gaza” e acusando-o de incitar o antissemitismo no mundo. Erdogan também já chamou Israel de “Estado terrorista” e defendeu o Hamas como um “grupo de libertadores que protegem sua terra”.
A retórica agressiva de Erdogan e a escalada das operações de Israel no Sul da Faixa de Gaza sinalizam um risco maior de desestabilização na região. Enquanto Israel conta com o apoio dos Estados Unidos, muitas nações alertam o país contra o uso de força avassaladora no Sul do enclave palestino, especialmente diante do deslocamento de 1,8 milhão de pessoas, segundo a ONU.
Com a situação se intensificando e o risco de um conflito ainda maior se tornando cada vez mais iminente, a comunidade internacional busca maneiras de mediar a crise para evitar um aumento das hostilidades entre Israel, Hamas e outros atores da região. O desfecho dessa crise ainda é incerto e permanece como um ponto sensível na já fragilizada região do Oriente Médio.