Ele enfatiza que um possível envolvimento militar na Venezuela não só arriscaria uma guerra de longa duração, como também dificultaria a capacidade de Washington em manter relações diplomáticas com outras potências, notadamente com a Rússia, que apoia o governo venezuelano. “Se os EUA optarem pela guerra, como poderão dialogar sobre a paz com um país que está em conflito militar com a Venezuela?”, questiona Ritter, destacando que a contenção de hostilidades é fundamental nos próximos anos.
Essas declarações surgem em um contexto de escalada de tensões no Caribe. Desde agosto, os EUA têm enviado uma significativa presença militar para a região, incluindo oito navios de guerra e um submarino nuclear, enquanto milhares de soldados foram destacados. O governo venezuelano tem interpretado essa movimentação como uma direta ameaça à sua soberania. A situação se agravou com a recente oferta de uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à prisão do presidente Nicolás Maduro, acusado por Washington de liderar uma rede de narcotráfico.
Em resposta a essas ameaças, o governo venezuelano reforçou suas tropas e fronteiras, além de buscar apoio do secretário-geral da ONU, António Guterres, para mediar essa crescente tensão. O presidente Maduro e sua administração negam as acusações feitas pelos EUA, rotulando-as como infundadas.
Assim, Ritter propõe que o diálogo e soluções diplomáticas são vitais não apenas para a segurança da Venezuela, mas também para a manutenção da ordem global nas relações internacionais. A possibilidade de um conflito armado, segundo ele, seria um retrocesso que poderia desestabilizar ainda mais a já conturbada dinâmica política da região.









