O crédito rotativo é uma modalidade em que o consumidor recorre a empréstimos para pagar o valor mínimo da fatura do cartão de crédito, o que resulta em juros altíssimos. Mesmo com a legislação em vigor desde janeiro limitando os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, essa medida não afetou a taxa de juros pactuada anteriormente.
Em contrapartida, nos últimos 12 meses, foi observada uma diminuição de 23,8 pontos percentuais nos juros do cartão rotativo. Além disso, as operações de cartão parcelado tiveram uma redução de 8,7 pontos percentuais no mês de abril e de 18,5 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 128% ao ano.
No que diz respeito ao crédito livre para famílias, a taxa média de juros nas concessões teve uma diminuição de 0,4 pontos percentuais em abril e de 6,6 pontos percentuais em 12 meses, atingindo 53% ao ano. Já os juros do cheque especial tiveram um aumento de 1,8 pontos percentuais no mês e uma queda de 3,6 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 129,9% ao ano.
No contexto das operações com empresas, os juros médios do crédito livre aumentaram 0,4 pontos percentuais em abril e diminuíram 2,2 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 21,3% ao ano. Dentre as modalidades, destacaram-se os aumentos nas taxas de capital de giro com prazo superior a 365 dias em 1 ponto percentual e de cartão de crédito rotativo em 39,7 pontos percentuais.
No cenário mais amplo, levando em consideração tanto o crédito direcionado quanto o livre, a taxa média de juros das concessões em abril apresentou uma redução de 0,2 pontos percentuais no mês e de 3,9 pontos percentuais em 12 meses, totalizando 28% ao ano.
É importante ressaltar que essa redução nos juros bancários médios ocorre em um momento de mudanças na política monetária, com a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic. Mesmo com a Selic definida em 10,5% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) tem adotado uma postura mais cautelosa devido ao cenário econômico desafiador e às incertezas.
Em relação ao endividamento das famílias, a inadimplência tem se mantido estável, atingindo 3,2% em abril. O endividamento das famílias chegou a 48% em março, com um aumento de 0,2 ponto percentual no mês. Já o comprometimento da renda ficou em 26,5% em março, registrando um aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao mês anterior.
Em resumo, os dados divulgados pelo Banco Central refletem as tendências do mercado de crédito no país, mostrando oscilações nos juros em diferentes modalidades e o impacto das políticas econômicas no comportamento dos consumidores e das empresas. O cenário de incertezas e as medidas adotadas pelas autoridades monetárias continuam a influenciar o ambiente financeiro e a tomada de decisões no mercado de crédito.