Tarifas dos EUA geram incerteza no comércio global, especialistas apontam que Sul Global busca estabilidade e novas parcerias diante do protecionismo americano.



Recentemente, o cenário econômico global tem sido agitado por políticas protecionistas e tarifas impostas pelos Estados Unidos. Essas medidas, especialmente sob a administração de Donald Trump, têm sido vistas por especialistas como uma ameaça significativa ao sistema multilateral de comércio, trazendo incertezas que afetam diretamente os países do Sul Global. De acordo com análises, os impactos dessas tarifas não se limitam apenas à economia local dos EUA, mas repercutem em todo o comércio internacional.

O professor de Direito Internacional da Universidade Federal Fluminense, Evandro Menezes de Carvalho, afirma que a medida é uma “metralhadora tarifária”, cujas consequências incluem o aumento dos preços para consumidores americanos e desafios maiores para a economia global. Os países do Sul Global, muitas vezes em desenvolvimento, estão se reavaliando e buscando novas parcerias comerciais, longe da dependência dos mercados tradicionais, como o americano. A prioridade parece ser fortalecer laços com nações mais confiáveis e estáveis.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, enfatizou a importância da soberania nacional em sua resposta a essas tarifas, num reflexo do sentimento de resistência comum entre os países do Sul Global contra as políticas de imperialismo econômico dos EUA. A ineficácia das sanções americanas contra potências como China e Rússia é um exemplo da resiliência do Sul Global, segundo analistas como S.L. Kanthan, que vai além, prevendo um aumento da inflação nos Estados Unidos e um impacto negativo nas exportações americanas devido a tarifas retaliatórias.

As tensões atuais também sinalizam um momento crucial na geopolítica, onde a influência americana parece em declínio diante do fortalecimento de blocos como o BRICS e a crescente diversificação nas relações econômicas, especialmente entre as nações emergentes. Além disso, o interesse crescente por alternativas ao dólar em transações internacionais, através de moedas como o yuan chinês e o rublo russo, reflete uma mudança clara na dinâmica do comércio global.

Essa nova ordem multipolar, com maior cooperação econômica entre nações em desenvolvimento, vislumbra uma era de estabilidade e interdependência, contrastando com os princípios tradicionalmente defendidos pelos EUA, como o livre comércio. O futuro econômico mundial pode se moldar por essa nova dinâmica, na qual o Sul Global poderá emergir como um líder na promoção de mercados justos e competitivos, desafiando os paradigmas estabelecidos por décadas.

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