Tarcísio ataca STF e Gilmar Mendes responde: “Não há ditadura da toga” em discurso acalorado durante manifesto em São Paulo.

No último domingo, uma manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro marcou a Avenida Paulista, em São Paulo. O evento atraiu muitos apoiadores e foi palco de discursos inflamados, entre eles, o do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Durante sua fala, Tarcísio criticou severamente o Supremo Tribunal Federal (STF), particularmente o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que o Brasil vive uma “ditadura de um Poder sobre o outro”. Sob a pressão do público, que gritava “fora, Moraes”, o governador fez um apelo contra o que chamou de tirania, sugerindo que não aceitaria mais imposições de figuras que considera autoritárias.

A retórica de Tarcísio se alinha com um discurso mais amplo que busca desacreditar as instituições judiciárias, especialmente em um contexto político polarizado. Ele ainda afirmou que as críticas direcionadas ao STF são uma resposta ao que muitos consideram um excesso de autoridade por parte dos ministros da Corte, particularmente em decisões que envolvem questões sensíveis, como a independência do sistema eleitoral.

Em resposta a essas alegações, o ministro Gilmar Mendes tomou a palavra e defendeu a postura do STF como um “guardião da Constituição e do Estado de Direito”. Mendes argumentou que a verdadeira liberdade só pode ser alcançada por meio do fortalecimento das instituições e não por ataques a elas. Em uma mensagem clara, ele enfatizou que “não há no Brasil ‘ditadura da toga'”, rebatendo as afirmações de Tarcísio.

Gilmar Mendes, sem mencionar o nome de Bolsonaro diretamente, fez alusão aos perigos do autoritarismo, trazendo à memória os momentos mais sombrios da recente pandemia de Covid-19 e a negligência que levou a milhões de mortes. Ele reafirmou a necessidade de se proteger a democracia, mencionando que o Brasil não pode suportar mais tentativas de golpe que já ameaçaram a liberdade da população.

Ao final de sua intervenção, Mendes destacou que crimes contra o Estado Democrático de Direito não podem ser olvidados, e que é essencial que as instituições de justiça mantenham sua integrity, prevenindo a repetição de eventos nocivos à democracia. Este embate revela a crescente tensão entre as autoridades políticas e os sistemas judiciais, um dilema que promete marcar o futuro do debate político no Brasil.

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