Suprema Corte de Israel adia implementação da “Lei de Incapacitação”, que favorecia primeir-ministro investigado por corrupção

A Suprema Corte de Israel tomou uma decisão importante nesta quarta-feira, ao adiar a implementação da chamada “Lei de Incapacitação”. Essa lei, aprovada em março pelo Parlamento israelense, impedia o procurador-geral do país de afastar o primeiro-ministro do cargo. No entanto, a Suprema Corte decidiu adiar a entrada em vigor dessa lei, que era vista como uma medida-chave da reforma judicial promovida pelo premier Benjamin Netanyahu.

A decisão, aprovada por seis votos no colegiado de 11 juízes, foi baseada na avaliação de que a Knesset, o Parlamento israelense, abusou de seu poder legislativo ao pedir a implementação imediata da lei. Isso favorecia personalmente o atual primeiro-ministro, que está sob investigação por corrupção. Assim, a lei só entrará em vigor no próximo período legislativo, após as eleições parlamentares previstas para outubro de 2026.

Segundo a decisão dos juízes, a lei foi projetada para servir aos interesses pessoais do primeiro-ministro e remover as restrições legais que se aplicavam a ele, em meio ao processo criminal em andamento. O caráter pessoal da lei ficou evidente devido às declarações feitas por membros da Knesset em defesa de Netanyahu durante a votação do texto, à submissão da emenda logo após a apresentação de uma ação declarando a incapacidade do premier de continuar no cargo e à vigência imediata da lei como forma de barrar uma eventual cassação de Netanyahu.

Essa decisão da Suprema Corte representa mais um golpe contra o governo Netanyahu em menos de uma semana, já que na segunda-feira o tribunal derrubou outro dispositivo-chave da reforma judicial. A presidente da Suprema Corte, Esther Hayut, afirmou que “todo o objetivo da lei é pessoal”. Além disso, a reforma judicial de Netanyahu tem provocado uma onda de protestos em Israel, com manifestantes tomando o aeroporto internacional, protestando do lado de fora das casas dos ministros e até mesmo bloqueando o porto de Haifa. Esse impasse ideológico reflete uma divisão mais ampla entre os apoiadores de Netanyahu, que querem um Estado mais religioso e nacionalista, e seus oponentes, que têm uma visão mais pluralista do país.

Assim, a decisão da Suprema Corte de adiar a implementação da “Lei de Incapacitação” representa um marco significativo na luta pelo equilíbrio de poderes e pela preservação da independência do sistema judicial em Israel.

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