Superlotação em presídios do DF: CIR com 220% de densidade carcerária; PDF III com avanço insatisfatório na construção. Ministério Público alerta para impactos e propõe alternativas.



O Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) revelou dados alarmantes sobre a situação dos presídios na capital do país. Durante inspeções realizadas, foi constatado que cinco dos sete presídios estão superlotados, apresentando taxas preocupantes de densidade carcerária.

Entre as unidades mais críticas estão o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), a Penitenciária do Distrito Federal II (PDF II) e a Penitenciária do Distrito Federal (PDF I), que registram altos índices de superlotação. O CIR se destaca como o mais crítico, apresentando uma densidade carcerária de 220%.

Em contrapartida, o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) opera próximo da capacidade, com 96,8% de ocupação, enquanto a Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) possui uma taxa de ocupação de 64,4%, sem considerar a Ala de Tratamento Psiquiátrico.

Os dados alarmantes foram divulgados através da Nota Técnica nº 04/2024, elaborada pelo Nupri, que forneceu uma análise detalhada sobre a capacidade e a lotação dos estabelecimentos penais do Distrito Federal. A promotora de Justiça Vanessa Farias destacou que uma das medidas propostas para mitigar a superlotação foi a ativação da Penitenciária do Distrito Federal IV (PDF IV) e a utilização de blocos anteriormente desativados.

A falta de servidores também foi apontada como um dos fatores que contribuem para a superlotação, com blocos inativos devido à escassez de pessoal. A chegada de novos policiais possibilitou medidas que ajudaram a reduzir a densidade carcerária em regime fechado masculino.

Vanessa enfatizou a necessidade de criar uma infraestrutura compatível com a massa carcerária do Distrito Federal, destacando a importância da construção da Penitenciária do Distrito Federal III (PDF III), com 600 vagas, uma demanda histórica do sistema prisional local.

Além disso, o MPDFT defende a construção da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), uma unidade prisional gerida pela sociedade civil que adota um modelo alternativo de gestão prisional. A Apac visa promover a humanização das prisões e reduzir as taxas de reincidência no crime.

A superlotação dos presídios acarreta diversos problemas, como a disseminação de doenças, aumento da violência entre os presos e a degradação das condições de vida nas unidades prisionais. A promotora Vanessa Farias ressaltou a importância de adotar medidas que garantam a dignidade dos internos e promovam sua reintegração à sociedade como pessoas melhores.

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