Os dados indicam que, embora 71% dos entrevistados apoiem as negociações em andamento entre a Suíça e a UE, a opinião sobre a profundidade dessa cooperação é polarizada. Cerca de 37% acreditam que a colaboração deve ser ampliada, enquanto 40% preferem que ela seja reduzida. Este cenário revela um dilema para o governo suíço, que busca fortalecer os laços com a UE, ao mesmo tempo em que enfrenta uma resistência significativa da população.
A maioria dos suíços expressou sentimentos predominantemente negativos em relação à UE. Quase 50% dos entrevistados manifestaram uma aversão notável, categorizando sua visão sobre o bloco como “bastante negativa” ou “muito negativa”. Em contraste, apenas 28% dos cidadãos consideram a interação com a UE de maneira favorável. Essa oposição está diretamente relacionada a um medo de perda de soberania e autodeterminação, elementos fundamentais da identidade suíça.
Os resultados da pesquisa também destacam uma necessidade de um entendimento mais pragmático por parte dos suíços em relação ao projeto europeu. Em vez de uma visão idealista de uma união baseada em valores comuns, o sentimento predominante é de interesse puro e econômico, com os cidadãos priorizando benefícios diretos em detrimento de compromissos mais profundos.
As negociações atuais visam reescrever os tratados que regulam as complexas relações entre a Suíça e a UE, e o governo suíço deverá apresentar um balanço do progresso alcançado no início de novembro, com expectativas de conclusão até o final do ano. Neste contexto, o governo enfrentará o desafio de alinhar suas ambições internacionais com a vontade expressa de seu povo, que demonstra um forte apego à autonomia nacional e ceticismo em relação à integração europeia.