O relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso, destacou que não foram apresentadas razões consistentes que justificassem o afastamento de Moraes. Em suas considerações, Barroso afirmou ser fundamental a continuidade das investigações, que qualificam Bolsonaro como um dos articuladores das ações do plano golpista. Esse plano, segundo o relatório da Polícia Federal, possuía elementos graves, incluindo ameaças à vida de figuras centrais do governo, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin, e o próprio Moraes.
A situação reflete a polarização política que perdura no Brasil desde os últimos anos de governo de Bolsonaro, marcado por tensões e divisões profundas na sociedade. As alegações que pesam sobre o ex-presidente no inquérito ressaltam não apenas questões de responsabilidade criminal, mas também levantam discussões acerca da integridade do sistema democrático brasileiro.
Além disso, as decisões do STF, que frequentemente embatem com as narrativas construídas pelos apoiadores de Bolsonaro, seguem sendo alvo de críticas e ataques por parte da direita. O Ministro Moraes, em particular, tem sido um dos alvos preferenciais das críticas, devido à sua postura firme em relação à proteção da democracia brasileira.
Esta negativa do STF em afastar Moraes é um indicativo da manutenção do processo judicial em um contexto onde as investigações são vistas como cruciais para desvendar a verdade dos eventos relacionados ao golpe. A decisão reforça a posição do STF como uma das principais instituições responsáveis pela salvaguarda do Estado democrático de direito no Brasil, em meio a um cenário político altamente conflituoso e polarizado.