O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, foi o primeiro a apresentar seu voto e sugeriu a condenação de Zambelli e Delgatti. Enquanto Carla Zambelli nega qualquer participação nos crimes, Moraes argumentou que a evidência aponta para sua atuação como “instigadora e mandante” da invasão. Para a deputada, o ministro propôs uma pena de 10 anos de reclusão, enquanto Delgatti enfrentaria uma pena de 8 anos e 3 meses.
Moraes enfatizou que os crimes foram bem documentados nas investigações e que a participação de Zambelli é clara. Os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o relator em suas conclusões, que consideram que a ligação entre os acusados revela um plano bem estruturado para comprometer a credibilidade do sistema judiciário.
A votação será oficializada na plataforma virtual do STF até o dia 16 deste mês, mantendo em aberto os votos dos ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia. O ataque aos sistemas do CNJ, ocorrido em janeiro de 2023, incluiu a criação de documentos falsos, como um mandado de prisão contra o próprio ministro Moraes, e um recibo fictício de bloqueio de bens no valor de R$ 22,9 milhões, que corresponde a uma multa aplicada ao PL por ações relacionadas às urnas eletrônicas.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) chama a atenção para a alegação de que Zambelli estava diretamente envolvida no planejamento do ataque cibernético, enquanto Delgatti confessou sua participação, afirmando ter recebido cerca de R$ 40 mil para realizar a invasão. A Polícia Federal localizou documentos com Zambelli que corroboram a acusação, dando base à ideia de que ela estivesse ciente das atividades ilícitas.
No entanto, a defesa da deputada contesta as decisões tomadas até o momento, alegando nulidades processuais e cerceamento da defesa. Eles defendem que Zambelli não cometeu os crimes e solicitaram uma análise mais detalhada das provas para que a justiça seja feita de forma adequada. A defesa expressou sua esperança de que a situação possa ser revista e que a tese apresentada possa ser mais bem considerada no decorrer do processo.
Esse caso traz à tona questões críticas sobre a segurança cibernética e a integridade das instituições democráticas, enquanto o STF avalia as implicações mais amplas deste ataque no contexto do Brasil contemporâneo.