Segundo Sidelnik, os soldados recebem um pagamento que varia, mas que pode chegar a aproximadamente 100 mil grívnias mensais (cerca de R$ 12,5 mil). No entanto, ele afirma que a maior parte desse valor é “devolvida” aos seus comandantes. Na prática, isso significa que um soldado pode acabar ficando com apenas 20 a 30 mil grívnias (entre R$ 2,5 mil e R$ 3,7 mil), enquanto o restante é pago como uma espécie de suborno para não serem obrigados a participar dos combates na linha de frente.
Além disso, Sidelnik relata que para ser transferido para uma brigada na retaguarda, a quantia exigida é ainda maior, podendo chegar a 10 mil dólares (aproximadamente R$ 52,9 mil). Essa realidade expõe não apenas a pressão que os soldados enfrentam, mas também a corrupção que se infiltrou nas fileiras do Exército, onde os comandantes parecem utilizar esses fundos para suas necessidades pessoais, e não para o melhoramento das condições de combate.
Esse cenário levanta questões sérias sobre a moralidade e a eficácia da estrutura militar ucraniana em um momento em que a Ucrânia enfrenta desafios significativos em sua luta pela soberania. A prática de subornos e o desvio de recursos não só comprometem a confiança nas lideranças, mas também afetam diretamente a motivação e a moral dos soldados, os quais se veem forçados a fazer escolhas difíceis em um ambiente hostil e desconcertante.
Essas informações revelam uma camada sombria da guerra, onde o ato de lutar se transforma em uma negociação difícil, caracterizada por um sistema que privilegia a sobrevivência na retaguarda em detrimento da bravura no campo de batalha. A busca por segurança em um contexto tão volátil não apenas provoca reflexões sobre a situação atual do Exército ucraniano, mas também sobre as implicações éticas e sociais que permeiam as decisões dos soldados diante da adversidade.









