Soldado israelense deixa Brasil após investigação por crimes de guerra; Justiça brasileira abre inquérito enquanto ele estava de férias na Bahia.



Um soldado das Forças de Defesa de Israel, identificado como Yuval Vagdani, interrompeu suas férias no Brasil e retornou a Israel antes do previsto, após a Justiça brasileira determinar a abertura de uma investigação que apura possíveis crimes de guerra atribuídos a ele durante sua atuação na Faixa de Gaza.

A decisão da juíza federal Raquel Soares Charelli, anunciada no dia 30 de dezembro, motivou a Polícia Federal a iniciar os trâmites para a investigação, com a informação sendo protocolada oficialmente em 3 de janeiro. Entretanto, conforme relatos de familiares de Vagdani, logo após a ação judicial, o soldado deixou o Brasil em um movimento que levantou suspeitas sobre sua tentativa de evitar as consequências legais da investigação.

O soldado estava se divertindo em Morro de São Paulo, um dos destinos turísticos mais conhecidos da Bahia, quando a Fundação Hind Rajab, uma organização não governamental envolvida na denúncia de crimes contra os palestinos, o identificou e passou a trabalhar para que a justiça brasileira tomasse providências. Vagdani havia compartilhado em suas redes sociais imagens e vídeos de suas atividades em Israel, incluindo cenas em que se posicionava em frente a áreas devastadas por conflitos, indicando um comportamento que poderia ser interpretado como uma apologia à violência.

A fundação e os advogados que solicitaram a investigação apontam que, como signatário de tratados internacionais como o Estatuto de Roma e a Convenção de Genebra, o Brasil possui a obrigação moral e legal de investigar e, se necessário, processar indivíduos implicados em crimes de guerra, mesmo que tais atos não tenham ocorrido em seu território. A reclamação inicial foi apresentada na Bahia, mas, devido à legislação brasileira, a competência para o caso passou a ser da Seção Judiciária do Distrito Federal, uma vez que Vagdani nunca residiu no país.

Este incidente destaca as complexas interações entre direitos humanos, leis internacionais e a ação de cidadãos estrangeiros em solo brasileiro, refletindo um panorama ainda mais amplo em relação aos temas de justiça global e responsabilidade por atrocidades cometidas em contextos de conflito armado. Assim, a saída repentina do soldado do Brasil pode ser vista como uma evasão de um processo que provavelmente tenderia a ser rigoroso.

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