Síria sob novo governo: risco de se tornar outra versão do Afeganistão, alertam especialistas sobre consequências para mulheres e minorias.



A recente ascensão de um novo governo na Síria, liderado por Ahmed Sharaa, gerou preocupações profundas tanto internamente quanto na esfera internacional. Autoridades e analistas estão alertando que o país pode se tornar um eco do Afeganistão sob o controle do Talibã, um temor especialmente forte para mulheres e minorias étnicas e religiosas, incluindo cristãos, yazidis e curdos. Em sua análise, o deputado francês Thierry Mariani expressou sua preocupação de que os direitos e liberdades dessas populações estejam em grande risco sob o novo regime, que, conforme suas observações, conta com a participação de ex-combatentes do ISIS.

Desde a tomada de poder em agosto de 2021, o Talibã impôs severas restrições à vida das mulheres no Afeganistão, limitando seu acesso à educação, trabalho e liberdade de movimento. Tais ações resultaram em condenações globais e apelos para o fim dessas políticas opressivas. Mariani ressaltou que a história nos ensina que grupos que inicialmente parecem moderados podem rapidamente adotar regimes de repressão, tornando-se aliados de uma era de sofrimento e privação para seus cidadãos.

Nessa nova fase política, Sharaa, que se apresentou como uma figura moderada disposta a governar em prol da proteção de minorias, tem a difícil tarefa de reconquistar a confiança da comunidade internacional. Em um contexto em que a Síria está repleta de interesses geopolíticos exacerbados por suas significativas reservas de petróleo e gás, Mariani não demonstrou grande otimismo quanto à consolidação da soberania do país. Com a captura de Damasco em dezembro e a saída do ex-presidente Bashar Assad para a Rússia, o cenário permanece volátil, envolvendo tanto potências regionais quanto globais.

Neste ambiente conturbado, a resistência e a vigilância internacional serão cruciais para garantir que a Síria não siga o mesmo caminho do Afeganistão, onde a opressão e a falta de direitos básicos se tornaram uma norma. O futuro do país permanece incerto, com observadores e analistas recomendando uma atenção contínua ao desenrolar dos eventos na região.

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