Sindicato em Canapi aponta prejuízo de R$ 22 mi com funcionários fantasmas, nepotismo e indícios de rachadinha.



População de Canapi, município do alto sertão de Alagoas, ainda se recupera de mais um escândalo de corrupção envolvendo a aquisição de kits robóticos superfaturados. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), houve um prejuízo de R$ 4,2 milhões aos cofres públicos. Agora, uma nova denúncia ainda mais grave surgiu, revelando irregularidades e desvio de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), repassados pelo governo federal ao município.

A denúncia foi protocolada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Canapi (SINDSCAN) em diversos órgãos públicos, incluindo a Polícia Federal, o Ministério Público Estadual e Federal, o Tribunal de Contas Estadual, o Ministério Público do Trabalho e o Poder Judiciário da Comarca de Mata Grande/AL. Após uma análise minuciosa da folha de pagamento da área de Educação, o SINDSCAN identificou uma série de irregularidades e um esquema que vem ocasionando um prejuízo mensal de quase R$ 500 mil aos recursos do FUNDEB.

De acordo com a denúncia, a atual gestão do município criou um projeto de poder que beneficia familiares do prefeito e seu grupo político. Através de uma pesquisa na Folha de Pagamento da Prefeitura de Canapi, o sindicato descobriu a inclusão de dezenas de parentes do prefeito, vice-prefeito e vereadores na folha de pagamento da área de Educação. Além disso, foram identificados casos de funcionários fantasmas e nepotismo cruzado.

A denúncia ainda aponta a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) como parte essencial desse projeto de poder. Segundo dados da própria prefeitura, cerca de 22% da população de Canapi está matriculada no programa EJA, o que é considerado um número muito elevado para o município. Existem suspeitas de fraude no programa, com o objetivo de aumentar a verba recebida pelo município.

Com mais de 1.400 pessoas contratadas na área de Educação, o SINDSCAN destaca a necessidade da realização de um novo concurso público, algo que não ocorre há 18 anos no município. Esses tipos de contratos precarizados geram prejuízos ao Instituto Municipal de Previdência e abrem margem para irregularidades.

A denúncia feita pelo sindicato é baseada em documentos oficiais fornecidos pela própria prefeitura, o que comprova a gravidade dos fatos. Agora, os órgãos responsáveis pela fiscalização deverão investigar as acusações e punir os culpados, caso sejam encontrados. É essencial que o dinheiro público seja utilizado de forma adequada, principalmente quando se trata de recursos destinados à educação.

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