A situação da Avibras, localizada em Jacareí, São Paulo, já é crítica há três anos, com suas operações severamente impactadas pela pandemia e pela falta de contratos firmados com o governo. O sindicato destacou as expectativas criadas em torno da possível negociação e expressou sua indignação pela falta de transparência, já que a identidade do investidor permaneceu sob sigilo até o fim das tratativas. O presidente do SindmetalSJC, Weller Gonçalves, criticou a abordagem da empresa durante as negociações, afirmando que a Avibras havia apresentado propostas aos trabalhadores sem garantir que havia contratos válidos.
Após tentativas frustradas de solucionar a crise, o sindicato fez apelos ao governo federal pedindo medidas concretas para apoiar a Avibras, incluindo a liberação de um pagamento de R$ 360 milhões referente a um contrato com o Exército Brasileiro. Em resposta, o governo afirmou que existem outros potenciais compradores da empresa já em conversação. Entretanto, a gravidade da situação sinaliza a necessidade de uma intervenção mais decisiva do Estado, especialmente considerando a importância estratégica da Avibras para a segurança nacional.
O cenário é delicado e repleta de desafios. Trabalhando na vanguarda do setor de defesa, a empresa é reconhecida pelo desenvolvimento do sistema Astros 2020, um projeto emblemático do Exército Brasileiro. A continuidade das operações é vital não apenas para a preservação de postos de trabalho, mas também para a soberania tecnológica do Brasil, que poderá ser comprometida caso a Avibras venha a ser vendida para interesses estrangeiros.
Espera-se que as discussões sobre o futuro da empresa incluam a possibilidade de estatização, uma proposta que já foi levantada por parlamentares como uma solução viável para resguardar os interesses nacionais e garantir que a Avibras continue a operar sob controle nacional, beneficiando a indústria de defesa do Brasil.