Na tradição judaica, o enterro deve ser realizado sem ostentação, com o intuito de destacar a igualdade entre todos os seres humanos em sua morada final. Isso implica que o sepultamento ocorre sem enfeites ou flores. A Congregação Israelita Paulista esclarece que esse procedimento visa reforçar a simplicidade e a humildade, princípios fundamentais do judaísmo.
Outro rito importante é evitar qualquer forma de culto aos mortos. Por exemplo, como forma de impedir a idolatria, o local do sepultamento de Moisés é desconhecido. Em consonância com essa tradição, a exibição do corpo em caixão aberto é considerada um desrespeito ao falecido. Segundo o Cemitério Israelita de São Paulo, assim que a morte é constatada, o corpo deve ser imediatamente coberto por um lençol branco.
O corpo de Silvio Santos será sepultado ainda hoje, de acordo com a colunista Fábia Oliveira, seguindo a tradição judaica que recomenda um enterro o mais rápido possível, preferencialmente no mesmo dia do falecimento. Antes do sepultamento, há uma tradição de lavar o corpo, um ritual que simboliza a purificação e presta uma homenagem ao falecido. A mortalha usada será branca e simples, conforme as práticas judaicas.
Silvio Santos, cujo nome verdadeiro era Senor Abravanel, nasceu em uma família judaica de imigrantes. Ao longo de sua vida, ele se destacou como um dos maiores comunicadores do Brasil, fundando e presidindo o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Sua morte marca o fim de uma era na televisão brasileira, e seu legado continuará a influenciar as futuras gerações.
Esta despedida simples e sem ostentação é um reflexo de sua origem e crenças, honrando as tradições judaicas que sempre fizeram parte de sua vida. O sepultamento de Silvio Santos não será apenas um momento de despedida, mas também uma reafirmação dos valores de humildade e igualdade que ele prezava. Com sua partida, o Brasil perde um ícone, mas sua memória e contribuições para a cultura e mídia nacionais permanecerão vivas.