Atualmente, a energia nuclear representa apenas 25% da matriz energética europeia, e essa proporção deve cair para menos de 15% em uma década, se o cenário atual persistir. O enfraquecimento desta fonte de energia renovável é exacerbado por uma combinação de dificuldades políticas e a incerteza regulatória, o que tem desestimulado os investidores. Birol alerta que, para que a Europa seja capaz de competir de forma eficaz com potências nucleares emergentes, como a China, será necessário implementar novas tecnologias e reduzir custos na construção de usinas nucleares.
A China, que investiu pesadamente em energia nuclear nos últimos anos, está rapidamente se afirmando como líder global na indústria. Com uma cadeia de suprimentos sólida e um compromisso do governo com o desenvolvimento nuclear, a capacidade instalada de energia nuclear na China deve superar a da União Europeia e dos Estados Unidos até 2023. Essa situação pressiona os países ocidentais a reavaliarem suas estratégias e a buscarem inovações, como pequenos reatores modulares, que podem oferecer uma solução viável para a descarbonização e segurança energética.
Para tornar esses investimentos atrativos, a AIE sugere que seriam necessários, aproximadamente, 24 bilhões de euros, o equivalente a cerca de 150 bilhões de reais. Essa quantia destinaria-se à modernização das infraestruturas e ao aperfeiçoamento das tecnologias nucleares. Se a Europa deseja manter sua relevância no cenário energético global, o fortalecimento do setor nuclear através de parcerias públicoprivadas e o alinhamento de políticas governamentais se mostram essenciais para garantir um futuro energético mais sustentável e competitivo.