Em particular, os loteamentos às margens do Lago Paranoá, no Trecho 4 do Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES), foram os principais beneficiados, podendo agora abrigar apart-hotéis e hotéis devido ao aumento em 250% do tamanho máximo dos prédios na área. Com a possibilidade de construção de 9 mil apartamentos e acomodação de 27 mil pessoas, estima-se que a região terá um acréscimo de 20 mil veículos circulando, causando mais congestionamento.
O projeto de lei foi proposto pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) a pedido de entidades do setor construtivo, como a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF). Destaca-se que o presidente da Ademi-DF, Roberto Rubinger Botelho, é proprietário de terrenos no Trecho 4 do SCES e assinou o pedido das entidades para dispensar o EIV.
Durante a votação na CLDF, houve divergências de opiniões. O deputado Gabriel Magno (PT) expressou preocupação com os impactos negativos da medida sobre o Distrito Federal, enquanto Fábio Felix (PSol) alertou para a desregulamentação e o descaso com a cidade. Por outro lado, o deputado Hermeto (MDB), da base do GDF, defendeu a aprovação do projeto como uma forma de garantir o desenvolvimento urbano sustentável.
Dessa forma, a dispensa do EIV para novos empreendimentos imobiliários na região do Lago Paranoá gera polêmica e levanta questionamentos sobre o equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a preservação da qualidade de vida da população do Distrito Federal. A decisão impactará diretamente a mobilidade na região e coloca em discussão a prioridade entre interesses privados e o bem-estar coletivo.