Os números de suicídios no Brasil e no mundo são alarmantes. Um estudo publicado na The Lancet Regional Health – Americas, desenvolvido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores de Harvard, revelou que a taxa de suicídio entre jovens no Brasil cresceu 6% ao ano entre 2011 e 2022. Além disso, as taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos aumentaram 29% a cada ano nesse mesmo período.
Apesar do Brasil apresentar uma redução de 36% no número de suicídios em escala global, o país fez o caminho inverso. Entre os anos 2000 e 2019, houve um aumento de 43% nos casos. A pesquisa também constatou um aumento das taxas de notificação de autolesões em grupos de todas as faixas etárias.
O Setembro Amarelo não se resume apenas a transtornos mentais. O tema do suicídio deve ser abordado levando em consideração diferentes fatores, como políticos, culturais, raciais, sociais e econômicos. É importante enxergar as questões de saúde mental de forma mais ampla, considerando os aspectos sociais e coletivos do cuidado emocional.
Durante este mês, o Ministério da Saúde divulga conteúdos sobre saúde mental, mas é essencial que haja uma estrutura pública eficiente que ofereça condições de cuidado, prevenção e pósvenção adequadas. Prevenir o suicídio vai além de evitar mortes, é garantir condições para o bem-estar geral e oferecer suporte aos sobreviventes enlutados. O Setembro Amarelo é um momento importante para refletir e agir em prol da saúde mental da população.
