Os servidores enfatizaram que a luta não é por equiparação salarial, mas pelo abismo salarial existente e o preconceito profissional que eles enfrentam dentro da instituição. “Estamos falando de uma discrepância abissal, de um apartheid institucional, de preconceito profissional. E, principalmente, do descaso com aqueles que cuidam da saúde mental e da formação profissional dos policiais”, afirmam na carta.
A situação salarial é um dos pontos mais críticos. Um médico da PF com duas décadas de serviço recebe menos de R$ 10 mil mensais, enquanto um delegado alcança a marca dos R$ 46 mil. “A PF desvaloriza e não oferece as condições mínimas de trabalho para os poucos profissionais que podem proporcionar o acompanhamento técnico necessário àqueles que buscam ajuda”, destacaram os servidores. A queixa se refere à insuficiência de apoio à saúde mental dos policiais, um tema sensível e de extrema importância dentro de uma instituição que lida com situações de alta pressão e risco.
O silêncio da cúpula da PF em relação às reivindicações desses servidores agrava ainda mais o sentimento de abandono. A denúncia de falta de diálogo e de ações concretas para resolver as disparidades dentro da instituição coloca em xeque a gestão atual e sua capacidade de promover um ambiente de trabalho justo e funcional para todos os seus colaboradores, independentemente de seu cargo ou função.
A Polícia Federal foi procurada para comentar as reclamações, mas até o momento desta publicação, não se manifestou sobre o assunto. Entretanto, o espaço permanece aberto para que a instituição apresente suas considerações e responda às alegações dos servidores.
Essa situação gera um ambiente de trabalho desmotivador e coloca em risco a saúde mental e psicológica tanto dos profissionais da saúde como dos próprios policiais, que muitas vezes necessitam desse suporte técnico. A resolução desse impasse é vital não apenas para a valorização desses profissionais, mas também para o bom funcionamento da corporação como um todo.