Moro não foi o único parlamentar a cometer tal erro. A ex-senadora Kátia Abreu, do partido Progressistas-TO, também escreveu “ENEN” em uma postagem onde criticava questões da prova. Diferente de Moro, Abreu fez outra publicação, pedindo desculpas pelo erro e justificando ter ficado “nervosa com o absurdo”.
Além disso, o deputado federal José Medeiros, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, também não escapou do erro. Segundo ele, um item do “ENEN” demonizava o agronegócio. Medeiros também cometeu um erro ao escrever “porquê” incorretamente, o certo seria “Por que isso é importante”.
Por outro lado, a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), composta por 347 parlamentares do Congresso Nacional, defendeu a anulação de três questões da prova e solicitou que o ministro da Educação, Camilo Santana, preste esclarecimentos em audiências na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Uma das questões que foi alvo da bancada do agronegócio tratou sobre fatores negativos do agronegócio no Cerrado, mencionando a “superexploração dos trabalhadores” e os efeitos dos agrotóxicos. As outras duas questões abordaram a nova corrida espacial financiada por bilionários e o avanço da produção de soja e suas consequências para o desmatamento da Floresta Amazônica.
A FPA emitiu uma nota afirmando ser “inacreditável” que o governo federal utilize desinformação em uma prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que buscam uma vaga nas universidades do país. A frente parlamentar considera a anulação das questões indiscutível, respeitando as literaturas científicas sobre a atividade agropecuária.
Além disso, a FPA também solicitará informações sobre a atuação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela organização do Enem, e pedirá detalhes das referências bibliográficas utilizadas na construção do exame.
Em resposta, o Inep afirmou que as questões do Enem são elaboradas por professores independentes, selecionados por meio de um edital público para colaboradores do Banco Nacional de Itens (BNI). O instituto ressalta não interferir nas ações dos colaboradores selecionados e destaca que há etapas de elaboração, revisão pedagógica e validação por comissão assessora.