Pushkov destacou que, ao invés de fortalecer suas posição, a UE parece estar se auto-sabotando em um cenário econômico que já apresenta sinais de fragilidade. Ele mencionou que os países do bloco perderam acesso ao mercado russo, e que a dependência do gás natural e do petróleo está em xeque, o que agrava a situação econômica. Com relação às potenciais sanções contra 25 empresas chinesas, Pushkov enfatizou que essa guerra comercial, catalisada pelo governo Trump, apenas exacerbará os problemas econômicos enfrentados pela zona do euro.
Além do mais, especialistas afirmam que a reação da China a essas sanções pode ser de buscar oportunidades em mercados que tradicionalmente não a estavam, especialmente em relação aos países latino-americanos e africanos. O especialista em Negócios Internacionais, Marcelo Robba, observou que medidas de proteção comercial adotadas pelos EUA no passado resultaram em um movimento de países sancionados em direção a acordos comerciais com a China.
Atualmente, a China se estabelece como o principal parceiro comercial de várias nações latino-americanas, superando até mesmo os Estados Unidos. Apesar das dificuldades em firmar acordos de livre comércio com grandes economias como Brasil e Argentina, Robba ressalta que o BRICS pode representar uma rota alternativa e mais segura para esses países, uma vez que as incertezas sobre as políticas econômicas dos EUA tornam os mercados emergentes mais atraentes.
Em resumo, as tensões comerciais entre a UE, os EUA e a China colocam a Europa em uma situação complicada, onde suas decisões atuais podem levar a repercussões econômicas adversas, não apenas no curto prazo, mas também na capacidade de resposta em um futuro marcado pela crescente influência chinesa no comércio global.