A iniciativa não apenas propõe a criação da universidade, cuja sede será em Boa Vista, mas também prevê a capacitação de agentes públicos para atuarem em políticas voltadas a esses segmentos. Além disso, o projeto aborda a elaboração de pesquisas e projetos que contribuam para o desenvolvimento sustentável das áreas rurais, florestais e aquáticas, refletindo um compromisso com a sustentabilidade e a valorização do ambiente e das comunidades locais.
Os dados do Censo da Educação Superior, conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), reforçam a urgência dessa proposta. A região Norte, em particular, apresenta o menor índice de aumento nas matrículas em cursos de graduação na rede federal. Em 2021, por exemplo, o crescimento foi de apenas 11,3%, enquanto em 2020 marcou uns preocupantes 8,5%. Estes números evidenciam a necessidade de investimentos robustos em educação superior na região.
O senador Mecias de Jesus, ao justificar o projeto, destacou a importância de um maior desenvolvimento educacional para a população rural. “Urge a necessidade de o Estado brasileiro garantir o desenvolvimento educacional, priorizando a nossa região, e a criação da Universidade Federal do Campo é estratégica”, afirmou ele.
A criação da Universidade Federal do Campo também atende a uma demanda específica do item 6.2.1.10 do Grito da Terra Brasil 2024, sublinhando a necessidade de uma instituição voltada à formação e capacitação de trabalhadores rurais e agentes públicos. O objetivo é fortalecer a agricultura familiar e a preservação ambiental, contribuindo de maneira significativa para a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico dessas áreas.
O Grito Terra Brasil, uma iniciativa organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), tem como meta principal discutir e reivindicar melhorias para os trabalhadores rurais e agricultores familiares. Ao focar na construção de políticas públicas e na resolução de questões emergenciais, o movimento busca melhorar a qualidade de vida e de trabalho no campo e fortalecer a agricultura familiar.
Essa proposta de criação da Universidade Federal do Campo alinha-se perfeitamente com os objetivos do Grito da Terra Brasil, prometendo ser um marco na formação educacional e técnica das comunidades do campo, floresta e águas, além de impulsionar um desenvolvimento mais equitativo e sustentável.