Isabella destacou que, de acordo com a pesquisa, 80% das ameaças e 78% das lesões corporais cometidas em dias de jogos de futebol são realizadas por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Ela enfatizou que, embora esses números sejam preocupantes, não significa que o futebol seja a causa da violência contra as mulheres, mas sim um catalisador de valores de masculinidade relacionados ao uso da violência.
A diretora-executiva do Instituto Avon, Daniela Grelin, ressaltou a importância do futebol como uma paixão nacional e uma plataforma de comunicação e relacionamento. Ela defende que o esporte pode ser um espaço de educação cidadã e apoia a realização de campanhas de conscientização nos estádios como forma de mudar a cultura de violência.
Além disso, a coordenadora-geral de Cultura do Ministério das Mulheres, Lucimara Rosana Cardozo, apresentou a campanha Feminicídio Zero, realizada em parceria com dez times brasileiros da série A, que visa combater a violência de gênero nos estádios. Lucimara também ressaltou a importância de criar espaços de acolhimento para as vítimas de agressão nos estádios.
O projeto de lei discutido na audiência prevê a realização de campanhas de conscientização sobre a violência contra as mulheres em eventos esportivos com mais de 10 mil participantes. A pesquisadora Isabella ressaltou ainda a importância de considerar fatores como raça e classe para combater a violência de gênero, lembrando que a maioria das vítimas de crimes violentos em 2023 eram mulheres negras e pobres.