Durante a reunião, o engenheiro de Controle e Automação Vitor José Campos Bourbon, ex-funcionário da empresa Flodim, reconheceu sua responsabilidade técnica nas operações de sondagens de minas contratadas pela Braskem em 2013. No entanto, ele negou ser o responsável pelo laudo contratado ou pelos afundamentos ocorridos no bairro de Pinheiro em 2018. As investigações apontaram que a Braskem é responsável por mais de 30 minas em Maceió e deveria monitorar sua progressão, mas os danos causados foram evidenciados.
Os senadores presentes na audiência também criticaram a confiança dos engenheiros nos dados fornecidos pela própria Braskem para embasar seus estudos. Houve questionamentos sobre a possibilidade da empresa ter induzido os engenheiros ao erro, transformando a regulação do setor em uma “autorregulação”. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) enfatizou a necessidade de mudanças urgentes no sistema de agências reguladoras para garantir a segurança da população e do meio ambiente.
Além disso, o engenheiro Roberto Fernando dos Santos Faria, sócio da empresa Concrete, foi acusado de culpar os moradores vítimas dos desastres pelos problemas ocorridos em suas residências. Faria afirmou que foi contratado pela Braskem em 2018 para emitir um relatório preliminar identificando as causas das rachaduras, mas que o estudo posterior realizado por uma junta técnica apontou a responsabilidade da empresa na situação.
Os danos causados pela extração do sal-gema em Maceió são evidentes, com mais de 14 mil imóveis afetados e cerca de 60 mil pessoas evacuadas de suas casas devido a afundamentos do solo e crateras. A Braskem, que assumiu as operações em 2003, tem 35 minas na região, totalizando o tamanho de três estádios do Maracanã. A situação requer uma investigação minuciosa e a responsabilização dos envolvidos para garantir a segurança da população e a preservação do meio ambiente.