O destaque do evento será a Reunião de Mulheres Parlamentares do Brics, que acontece antes da abertura oficial. Programada para o dia 3, a reunião começará às 10h30 e contará com três sessões de trabalho que abordarão temas como a participação feminina na economia digital, os impactos das mudanças climáticas sob a óptica de gênero e a relevância das mulheres na agenda estratégica do bloco. O painel inaugural, intitulado “Mulheres na Era da Inteligência Artificial”, promete ser um espaço importante para discussões.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) enfatiza que o evento é uma oportunidade valiosa para a formulação de políticas públicas que impactem diretamente a vida de milhões, destacando a necessidade de uma maior conscientização e mobilização pela inclusão feminina em todos os níveis de poder. Ela menciona duas figuras proeminentes, a ministra Marina Silva, reconhecida por sua liderança nas questões ambientais, e a ex-presidente Dilma Rousseff, cuja atuação no Novo Banco de Desenvolvimento simboliza o potencial de investimento em economias emergentes.
A senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) também participará ativamente do fórum, presidindo um dos debates. Ela ressalta a necessidade urgente de estabelecer um pacto pela equidade de gênero nas instituições, reconhecendo as autonomias dos países que compõem o Brics, mas apontando a importância da colaboração na promoção da participação feminina.
A deputada federal Jack Rocha (PT-ES), que também presidirá uma das sessões, destaca o papel significativo que as mulheres já desempenham no Congresso Nacional, onde, embora representem apenas 18% dos membros, produzem mais de 40% da legislação. Esses dados refletem a importância da maior inserção feminina na política, não apenas em questões diretamente relacionadas ao gênero, mas também em áreas vitais como economia, saúde e meio ambiente.
Os números sobre a participação feminina nos parlamentos globais revelam que, enquanto a média é de 27,2%, alguns países do Brics superam essa média, como os Emirados Árabes Unidos, que possuem 50%, e a África do Sul, com 44,5%. O Brasil, por outro lado, ocupa uma posição preocupante, com apenas 18,1% de mulheres na Câmara dos Deputados, posicionando-se entre os países com menor representação feminina.
Até o presente momento, 15 países confirmaram presença no fórum, que deverá reunir cerca de 150 parlamentares. O evento representa uma oportunidade ímpar para promover diálogos sobre uma agenda internacional mais justa e igualitária, destacando a voz feminina nas discussões que moldam o futuro global.