SENADO FEDERAL – Senador questiona critérios para posse de armas no Brasil após tragédia em Novo Hamburgo e alerta para falhas na fiscalização.



Em um discurso contundente realizado nesta quarta-feira (30), o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) levantou questionamentos sobre os critérios para a posse de armas de fogo vigentes no Brasil. O parlamentar trouxe à tona o trágico episódio ocorrido na última semana em Novo Hamburgo (RS), onde o caminhoneiro Edson Fernando Crippa, portador de esquizofrenia e com histórico de internações psiquiátricas, cometeu um crime que resultou na morte de quatro pessoas, incluindo seu pai e seu irmão, e deixou outras oito feridas. O caso chamou atenção pois Crippa possuía uma licença de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), que lhe permitiu adquirir e portar quatro armas de fogo.

Kajuru destacou a tragédia como uma “falha grave na fiscalização” e expressou sua preocupação com a possibilidade de ocorrência de casos semelhantes em outras partes do país. O senador ressaltou a necessidade de reduzir o número de armas em posse dos colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, apontando para a estimativa de mais de um milhão de armas nas mãos de atiradores amadores devido a políticas anteriores. Ele alertou que apreensões de armas utilizadas por traficantes ou milicianos frequentemente têm origem em colecionadores ou atiradores desportivos.

O parlamentar também chamou atenção para o aumento alarmante de furtos e roubos de armas legalizadas por CACs nos últimos anos, citando dados do Exército que indicam um crescimento significativo no número de ocorrências mensais. Além disso, Kajuru mencionou situações absurdas identificadas pelo Tribunal de Contas da União, como pessoas com processos criminais em andamento obtendo registros de armas e indivíduos com mandados de prisão adquirindo armamentos.

Diante desse cenário, o senador ressaltou a necessidade de uma nova política para os CACs, com possível transferência da responsabilidade pelo registro e fiscalização da posse de armas do Exército para a Polícia Federal. No entanto, alertou para a importância de se estabelecer uma estrutura adequada para garantir a eficácia dessa mudança, considerando a grave situação atual. Em meio a debates sobre o controle de armas no país, as palavras de Kajuru ecoam a urgência de medidas concretas para evitar tragédias como a ocorrida em Novo Hamburgo.

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