Em sua fala, Bittar não poupou críticas e apresentou requerimentos formais de informação dirigidos aos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da Defesa, José Múcio Monteiro. O senador questionou de forma incisiva quem teria dado a autorização para a entrada da aeronave no Brasil, qual o propósito da operação, que tipo de carga e tripulantes a aeronave transportava, e se os protocolos de segurança em conformidade com as sanções internacionais foram devidamente respeitados.
“Essa complacência não é neutralidade; é cumplicidade. O Brasil não pode se transformar no quintal de regimes que desafiam a liberdade e a ordem internacional. A aterrissagem sem explicações claras simboliza uma inquietante indefinição na atual política externa do país. Um governo que prefere se aliar a tiranias em nome de um suposto pragmatismo diplomático”, declarou Bittar, ressaltando a gravidade da situação.
O senador prosseguiu seu discurso apontando uma suposta aliança do Brasil com nações regidas por regimes autoritários, listando Cuba, Venezuela, China, Irã e Coreia do Norte como exemplos. Bittar fez uma analogia entre a postura do governo atual e uma “receita marxista”, a qual atribuiu à origem de crises políticas e econômicas em diversos países da América Latina. Ele enfatizou a preocupação de que a soberania do Brasil e sua integridade diplomática não sejam utilizadas como “moeda de troca” em acordos considerados “obscuros”.
Esse episódio acende um alerta sobre a direção da política externa brasileira, um tema que promete gerar amplos debates nos próximos dias.