SENADO FEDERAL – Senador Fabiano Contarato assume presidência da CPI que investigará crime organizado no Brasil e destaca necessidade de segurança pública como pauta independente.

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar o crime organizado no Brasil ganhou novos contornos com a escolha de Fabiano Contarato (PT-ES) para a presidência. O anúncio foi feito durante a primeira reunião do colegiado, que ocorreu na última terça-feira, quando também ficou definido que o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) será o relator da comissão. Este último terá papel fundamental, sendo responsável por elaborar um relatório que deve diagnosticar a situação das organizações criminosas no país e apresentar propostas de medidas efetivas.

A vice-presidência da CPI ficou a cargo do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que, embora tenha sido um candidato forte à presidência, obteve cinco votos contra os seis dados a Contarato. Em seus primeiros pronunciamentos, Contarato destacou a importância de abordar a segurança pública de forma abrangente, ressaltando que este tema não deve ser monopolizado por nenhum espectro político. Ele fez um apelo para que os progressistas ocupem a discussão com coragem e empatia, enfatizando que o medo não deve ser a única resposta à criminalidade. Para o senador, é possível buscar soluções que respeitem a dignidade humana sem cair na armadilha da impunidade.

A CPI já traçou um plano de trabalho que abrange diversos tópicos, entre os quais a ocupação de território por facções, lavagem de dinheiro, corrupção e as rotas do tráfico de drogas. A comissão também se dedicará a investigar a eficácia das políticas públicas existentes para coibir o crime organizado, que atualmente conta com aproximadamente 88 organizações atuantes em território brasileiro.

Os senadores planejam ouvir especialistas e autoridades que têm experiência no combate ao crime organizado, incluindo governadores de estados críticos e figuras do governo federal, como ministros da Justiça e Defesa. A comissão tem um prazo inicial de 120 dias para realizar suas investigações, que se tornam ainda mais relevantes em um contexto marcado pelo crescimento de facções e milícias, especialmente após uma recente operação policial no Rio de Janeiro que resultou na morte de 121 pessoas.

Ao longo dos próximos meses, a CPI se debruçará sobre a realidade complexa da segurança pública no Brasil, buscando desvelar as interações entre crime organizado, corrupção e a resposta estatal, em um cenário que demanda urgência e eficácia nas ações.

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