SENADO FEDERAL – Senador Eduardo Girão Critica Lula por Declaração sobre Seca e Denuncia Politicagem em Estatais: “É Deboche com o Povo Nordestino”

Durante um pronunciamento realizado nesta quinta-feira (29), o senador Eduardo Girão, membro do partido Novo do Ceará, teceu críticas contundentes a uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a seca no Nordeste. O presidente, durante um evento em Cachoeira dos Índios, na Paraíba, atribuiu a Deus a escassez de água na região, afirmando que “Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu seria presidente”. Essa fala gerou imediata reprovação por parte de Girão, que a considerou desrespeitosa e insensível em relação ao sofrimento das populações nordestinas, que enfrentam a seca há décadas.

Segundo Girão, essa declaração toca em “uma ferida aberta” que ainda aflige a população nordestina, que lida com os desdobramentos de uma tragédia histórica marcada pela escassez de água e a luta pela sobrevivência. O senador argumentou que essa não é uma questão para ser tratada com deboche, mas sim um tema grave que exige respeito e seriedade por parte de quem ocupa cargos de alta responsabilidade. “A pessoa tem que ter a liturgia do cargo”, enfatizou o senador, destacando a gravidade da situação.

Além de criticar a fala do presidente, Girão manifestou descontentamento com a condução da política econômica do governo federal. Ele fez uma comparação com as medidas implementadas pelo presidente da Argentina, que buscou cortar despesas públicas em tempos de crise. O senador também questionou a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e criticou propostas que visam aumentar tributos, como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

De acordo com Girão, o Senado tem atuado de forma reativa em relação às decisões do governo, citando declarações do presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que se manifestou contra a desconsideração do Parlamento. O senador informou que, até o momento, foram apresentados 19 projetos no Congresso para barrar o aumento do IOF. Ele observou que, em função das reações do mercado e da sociedade, o governo já havia recuado em algumas medidas, mas isso ainda não seria suficiente.

Girão também expressou preocupação com mudanças na aplicação da Lei das Estatais, acusando o Supremo Tribunal Federal (STF) de ter flexibilizado as regras relativas às indicações políticas nas estatais. Segundo ele, essa flexibilização permite que o governo Lula mantenha suas indicações políticas nas empresas públicas, o que prejudica a transparência e a eficiência, podendo culminar em prejuízos financeiros nas estatais. Girão concluiu afirmando que a política de indicações que busca beneficiar aliados políticos em vez de priorizar a meritocracia precisa ser revista.

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