Girão destacou que, à época dos eventos, a mídia tradicional, em sua maioria, optou por ignorar o caso, contribuindo para que muitos parlamentares usassem a CPI como um palanque político, evitando um exame mais crítico dos fatos. O senador alegou que acontecimentos obscuros cercavam o Consórcio Nordeste, que contratou, sem licitação, uma empresa de produtos à base de maconha para fornecer os respiradores – itens cruciais para salvar vidas em um período crítico da pandemia.
Com um tom fervoroso, Girão acusou a imprensa de falhar em seu papel de fiscalizadora, lembrando como suas denúncias foram desconsideradas e como os governadores e prefeitos envolvidos foram “blindados” de uma investigação adequada. Ele enfatizou que muitos dos membros da CPI, alinhados ao PT e partidos aliados, priorizaram a proteção de certas figuras públicas cujo envolvimento em atos ilícitos era evidente. Rui Costa, então governador da Bahia e coordenador do consórcio, foi mencionado como um dos principais alvos de suas críticas.
A gravidade da situação, para Girão, é comparável à fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que afeta milhões de aposentados. “Estamos diante de uma realidade absurda”, afirmou, referindo-se ao desvio de verbas que deveriam ser utilizadas para salvar vidas. Ele denunciou a impunidade que ainda persiste e clama por uma punição eficaz para os responsáveis por esses atos.
Além disso, o senador propôs a criação imediata de uma CPI mista no Congresso Nacional, para investigar outros esquemas de fraudes relacionados aos descontos não autorizados nos pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS. Girão alega que o problema é ainda mais abrangente, envolvendo fraudes em empréstimos consignados que podem ultrapassar a casa dos R$ 100 bilhões.
Ao concluir sua fala, Girão reiterou a importância de continuar a investigação, enfatizando que a descoberta de irregularidades é uma questão de justiça e responsabilidade com os cidadãos brasileiros que estão sofrendo as consequências de políticas ineficazes e corrupção.