Girão ressaltou que estudiosos no assunto concordam que jogos desse tipo são uma das principais formas de lavagem de dinheiro sujo, proveniente da corrupção e do tráfico de drogas. Para o senador, tanto a MP quanto o PL não se preocupam em combater a lavagem de dinheiro, restringir a publicidade ou fortalecer as punições para a manipulação de resultados. Em sua visão, essa falta de preocupação reflete o interesse do governo em apenas regulamentar a tributação e arrecadar mais impostos, sem se importar com a origem do dinheiro ou quantas vidas serão prejudicadas pelo vício em apostas.
O parlamentar também chamou atenção para o fato de que 19 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro são patrocinados por empresas de apostas, em valores que ultrapassam os R$ 300 milhões. Girão lamentou que essa atividade esteja corrompendo o esporte e transformando o futebol em um ambiente propício para a manipulação de resultados, com denúncias frequentes em praticamente todos os campeonatos.
Ele citou o exemplo do campeonato cearense, que foi suspenso em 2022 devido a fortes denúncias de manipulação. Recentemente, a Confederação Brasileira de Futebol puniu severamente 11 jogadores comprovadamente envolvidos em manipulação, com penas que variam de 360 dias a banimento definitivo do futebol. Uma notícia positiva mencionada por Girão foi a decisão do Comitê Disciplinar da FIFA de estender essas punições para que tenham efeito mundial.
Além das críticas, Girão divulgou que protocolou sete projetos de lei com o objetivo de coibir e restringir ao máximo a jogatina, seguindo o exemplo adotado mundialmente em relação ao tabagismo. O senador argumenta que é necessário tomar medidas mais assertivas para combater os danos causados pelo vício em apostas.
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